Faz de conta do tempo...

Sandra M. Julio

A tarde emoldura a solidão do teu silêncio...

As palavras se perdem na pronúncia de um horizonte.

Quando os matizes entreabrem os lábios da noite,

Respiro sonhos e mansamente neles coloco meus beijos.

As palavras levitam, no ímpeto deste momento.

A visão busca ver muito além...

É quando...

Abraça-me a saudade, quando em mim já não cabe

A dor da tua ausência.

Teu semblante caminha por meus trôpegos pensamentos,

Lágrimas emolduram saudade,

Conduzindo anseios que eclodem em solidão.

Na pronuncia do teu silêncio levitam desejos...

Desamarro lastros... solto versos...

Buscando-te na anuência de vidas...

No faz-de-conta do tempo,

Teço a tua falta em entrelinhas de silêncio,

E em rimas, perdidas na complacência das horas.

Aspergindo esperança.

Sandra

28/12/05