Gilete II

Das rosas, apenas o perfume do sabonete

Durante um banho quente, onde o vapor me cerca.

Se o banheiro guardasse as minhas lágrimas,

Se não fosse o ralo, haveria incontáveis dilúvios.

Eu tenho acumulado barbas de três dias,

Com receio de bater a lâmina na pia.

Pois, sei que o barulho ainda me fará lembrar

De quando eu disse que a amava.

Eu comecei a cantarolar uma canção,

A mesma que tocava durante aquela noite.

E nada passou daquela noite,

Desde então, tendo me escondido atrás do vapor.

A canção começou a tocar do lado de fora,

E eu lembrei que a coloquei como seu toque particular

Então, entendi que a canção era real...

Era ela quem estava a me ligar.

Desta vez, era você estava a me chamar.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 23/07/2020
Reeditado em 05/08/2020
Código do texto: T7014510
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