Gilete II
Das rosas, apenas o perfume do sabonete
Durante um banho quente, onde o vapor me cerca.
Se o banheiro guardasse as minhas lágrimas,
Se não fosse o ralo, haveria incontáveis dilúvios.
Eu tenho acumulado barbas de três dias,
Com receio de bater a lâmina na pia.
Pois, sei que o barulho ainda me fará lembrar
De quando eu disse que a amava.
Eu comecei a cantarolar uma canção,
A mesma que tocava durante aquela noite.
E nada passou daquela noite,
Desde então, tendo me escondido atrás do vapor.
A canção começou a tocar do lado de fora,
E eu lembrei que a coloquei como seu toque particular
Então, entendi que a canção era real...
Era ela quem estava a me ligar.
Desta vez, era você estava a me chamar.