Caro amigo poeta

Na verdade, caro amigo poeta,

o mundo é tal qual o sopro do vento norte,

tão frio quanto o cume do Everest,

profundo como o abismal oceano.

Os olhos já não enxergam o horizonte,

a luz do sol queima minhas retinas

e perco o dom de distinguir as cores do arco-íris.

Tudo é cinza,

inconstante como o impiedoso destino.

Na verdade, caro amigo poeta,

eu nada sei do que sei, o querer já não é absoluto,

a mente cria miragens e a boca ressecada

amarga como fel na falta de um beijo.

Ah, caro amigo poeta,

quanta saudade sinto em não te ver,

nossas fronteiras longínquas nos interpõem,

a maré baixa encalha os navios, e o luar, e as estrelas,

festejam em nossos corações o amor que não se acaba nunca.

Na verdade, caro amigo poeta,

não sei contar ao seu respeito, tornastes-te uma sombra sem rosto,

aventurasses-te na solidão e no silêncio

como chuva fina no entardecer

ou como uma lágrima que caí de emoção.

Luis Fernando Poeta
Enviado por Luis Fernando Poeta em 28/06/2020
Código do texto: T6990836
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.