Naturalidade

Como a luz do sol clareia o cômodo vazio

Adentra tênue tua intensa e gloriosa luz

Feito botão de flor que se abriu

E a pureza dos olhos me seduz

Livre e leve, livre-me e leve-me

Pelas tuas trilhas tão singulares

E, se permite-me despertares

Prometo não ferir-te a inocência

Ainda que seque a fonte, seque o monte, seque a boca

Nada pode ser tão louca quanto tua naturalidade

Que os pés amassam a relva nessa aurora

E anseiam como outrora caminhar direito

O aperto no peito, a falta de jeito

Mistérios antigos de terras e rios

O tempo como cego juiz

Secando o verniz e estufando a variz

A paz dos teus olhos tão negros

Benditos cabelos com cheiro de flor!

Brancas mãos de carne e osso

Que me ajeitam o terno e afagam-me o rosto

Pequenas como detalhes, fortes como pilares

Tanto quanto o que já não sei

Se tu és rainha, faça-me rei

Que te oferto as vidas que terei!

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 16/04/2020
Código do texto: T6919019
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.