Nevoeiro
NEVOEIRO
Presa sem se refrear
Confesso não me
Fascinar
Com o tumulto da força
Do tempo.
O templo tem confessório
Mas eu não busco perdão.
Entre as ruínas
Tem mistério e silêncio
E não se ouve mais
Poucas palavras de alento.
Vertigens de frases em
Lírios selvagens
Lágrimas que afloram
Demasiadamente.
E no orvalho da lua cheia
Eu catando estrelas
Gritando estéril
Reinventando onde eu devo
Ir.
Escorre em meu rosto
O fogo e a brisa
Tento conter a estrada
De tantas pegadas
E poeiras
No confim das horas
Pernas ariscas do mundo.
Daniel Gomez.