Carta ao amor
Se eu te amei? Não sei, gostaria. Agora tu vem e vai, sorrateira, estás presente. Olho pra ti, tudo o que faz parece ser pra mim, até alguns detalhes me pego em mim. Confundo amor com paixão, mas com você tudo é pouco, porquê você é tudo. As vezes penso, tu foi embora, outras vezes, permanece. Se me escreves não diz meu nome e se te falho em te chamar, é porquê louco por ti ainda sou. Porque me calhas a vida em ti ? Parece que há uma corda entre nós que não pode se romper. Leio-ti e não acredito, cada linha que escreve é feita para mim, em todas me vejo, seria isso possível? Ou seria desespero por te perder? Mas não se perde o que não tem, entendes agora meu desarranjo?
A certa altura na vida do homem, ele esquece de amar, de viver e sorrir. Vira tudo um botão automático, até o carro dele vira automático. Mas a vida nunca é isso e aparece uma tempestade para destruir tudo. Tudo o que ele preza, tudo o que guarda e sonha. Não é ruim, é bom. Agora posso reconstruir tudo novo, ser outro renovado e viver a vida no manual, sonhar novamente com algo antes nem visto. Tu é essa tempestade, me soprou a sua vida para refazer a minha. Fica aqui o convite, venha reerguer comigo meu castelo que você derrubou.