Incógnita cognitiva
Escrito em 19/2/2020
Cale a boca!
Não tem som
As palavras me acorrentaram
E agora não posso mexê-las
E fico assim
Preso em algum lugar
No meu molde
És o céu, as paredes e o chão
Não perdi os sentidos (tenho a impressão)
Tu és os navios
Navegando
Indo e voltando
Desvendei o mistério
Mas o mapa naufragou
Não leve flores ao meu funeral
Caso se lembre
Preso ao tempo
Ele me faz pensar que sou livre
Ele escorrega
O que eu faço?
Ando de guarda-chuva num dia de sol
E sempre tenho que virar mais uma esquina
É desenfreada
Essa derrapada de emoção
Acho que só eu
Vejo o que tu fazes
Fazendo sem ação
Sem querer querendo
Só que quase ninguém percebeu
É uma poça d'água
Eu poderia te culpar
Mas tu és a cura
Do que eu passo
És aquiescência e semântica
O que sinto é real
A minha situação
É que parece inviável
Não olhe pra mim
Preciso de mais
O que vai ser?
Não diga nada
Fala sério!
É tudo um dilema nesse impasse
Mas quem sabe
Você é quem me salva