OLHOS VERDES
Tenho mãos que deslizam, contornam cada uma dessas curvas sem fim,
Eu me aproprio dos sonhos e quero seus olhos verdes reluzindo em mim,
Enquanto os corpos dançam, enquanto lançam toda a sorte de encantos
Que a imaginação permita, o coração não resista, a manhã possa chegar.
O tempo rompeu as barreiras, invadiu as fronteiras e esqueceu de voltar,
Mesmo com lareira, a clareira trazia o seu brilho de outro fogo a queimar,
Enquanto ardia nenhuma sede resistia, ninguém se atreveria ou iria parar,
Mas, a energia é finita e, a vontade que fica, jura que algum dia irá voltar.
A saudade nasce do aceno, de tudo que é pleno, ela encontrou seu lugar
Para morrer, também renascer, para seguir atormentando quem a cultive,
E se a vive, é porque conheceu o amor, é nele que tudo acha um sentido,
Mesmo num dia corrido como este, encontrou um momento para namorar.
Agora que existe afinidade, a intimidade migrou para uma ligação estreita,
Para aquela mão direita com quem se pode sempre contar, vou mergulhar,
Espalhar aos quatro ventos, aos ouvidos menos atentos, por este achado,
O corpo suado pode enfim descansar, aqui tem tudo que sempre busquei.