Inquestionável direito...
Ao deitares sobre mim, teu domínio incontido,
o luar se enternece, e o mar, se dá rendido,
a uma força que se impõe, cada lastro de manhã,
cada troca de olhar, que é certeza do amanhã.
Ao entrares no meu sonho, sem lincença e sem governo,
cada noite em que me escondo, no silêncio do meu sono,
atravesso tantos mundos, nos eclipses da lua,
que te vejo em cada rosto, que caminha pela rua.
Ao tocares no meu corpo, com audácia e precisão,
os limites são torpedos, que disparam o coração,
e as pernas faz tremer, no compasso ritimado,
da paixão que movimenta, o desejo incontrolado.
Se nos chamam de indecentes, se nos olham com censura,
se duvidam do que somos, nos mostramos com bravura,
contra tudo e contra todos, atrelamos nossas vidas,
apagando do passado, qualquer rastro de partida.
Se nos querem prisioneiros, se nos jogam à solidão,
se nos querem peregrinos, procurando a salvação,
respondemos pelas noites, nos passeios ao luar,
e nas ondas que arrebentam, nosso peito como um mar.
Se nos negam a alegria, condenando às incertezas,
se nos mostram todo dia, tantas rosas sem beleza,
a resposta é nosso abraço, pelo Cosmos em liberdade,
a resposta é o nosso amor, que sussurra eternidade.
Nosso julgo não é falho, nossos olhos dizem tudo,
nossos sonhos são espelho, para tantos pelo mundo,
e aqueles que não sabem, do querer em nosso peito,
que se calem por respeito, pois amar é um direito!