TOALHAS
Tem um céu abrindo, tá lindo, vem ver, vem comer na varanda,
Sujar o chão onde tantas vezes nos esparramamos feito idiotas,
Porque juízo não combina com nossa rotina, crianças travessas
Se atiram à mesa, esquecem os vizinhos, simplesmente amam.
É tão leve este vento e o momento, atmosfera que nos envolve,
Somos tão sedentos e ardentes, vertentes de algumas sombras
Que o tempo sepultou e são pontos finais, temporais passaram,
Agora é onda, é surf todo dia, alegria, uma dose de espumante.
A banheira tão cheia, preparei a ceia, quero mais a sobremesa,
Sempre foi desse jeito, estou ainda mais previsível ou sensível,
Só não canso de rolar e de soltar as toalhas que nos envolviam,
Elas pediam para ficar pelo caminho, tamanho carinho e, caíram.
Agora são ângulos e pontos de vista, falta pista e sobram aviões,
Viagens inconsequentes, olhos reluzentes, as mentes extasiadas,
Fomos feitos para isso, o compromisso mesmo é com a verdade,
Não dá para enganar um desejo ou fazer de conta que ele sumiu.