INTUMESCIMENTO
Sinto a eletricidade, sangue novo nas veias, as meias foram costuradas,
O pé já reconhece o chão, o pão já chega ao estômago e os olhos riem,
Estamos prontos e excitados para a aventura, de ternura nos vestimos,
Sentimos que é o momento exato de romper o hiato que nos paralisou.
Somos a criança, o adolescente, o jovem expoente de seu tempo, tudo,
Menos cadeira de balanço, porque ganso é que costuma ficar sentado,
O dia deve ser regado a vinho, rostos rubros externam seus excessos,
Que às vezes são convenientes, sob medida, cabem doses de loucura.
Você queria companhia, agora tem, valentia e coragem só fazem bem,
Quem nunca precisou devia conhecer a adrenalina de estar sem freios,
Sem rodeios me beijou e a mágica aconteceu, que venha o jantar farto,
O quarto mal pode esperar, o lençol mais afoito, resolveu se desnudar.
A água morna do banho não relaxa se encaixa a vida, o sonho, o gozo,
Mas, é gostoso vê-la escorrer, satisfazer este instinto natural, profano,
Engano acreditar que arrefeceu os anseios com os seios intumescidos,
Os tecidos já não cabem mais nos corpos que se descobriram quentes.