MORADA
Eu não entendo as voltas que a vida dá e que você aumenta
Enquanto tenta explicar porque prefere fugir do que buscou,
Do que a vida generosamente concedeu sem cobrar por isso.
Coisas são como são, pessoas tomam decisões e, às vezes,
Criam distâncias seguras, alimentam ilusões, adiam perdões,
Trancam em porões os melhores sonhos de vida e liberdade.
Quem poderá impedir as piores escolhas e o cair das folhas,
Que cresceram ainda outro dia e que os ventos carregaram?
Eu já não preciso de consolo e nem busco aconselhamento,
Enquanto este perfume se dissipa no ar, sem deixar feridas,
Mantenho vivas as convicções quanto ao gostar de ser feliz.
Abraço minha sorte como quem vê o céu azul todos os dias,
Sabendo que cultivar o amor é vê-lo invadindo este espaço,
Criado por você, mas, que não me impediu de ir em frente.
Quem ousará dizer que não tentei encher de brilho o olhar,
De quem veio de tão longe e agora sabe que mora comigo?