Culpa e demência

Se não me queres mais, oh, Amor,

Por que n'alma me entranhas

Trazendo-me essa imensa dor?

Por que, Amor, tantas artimanhas?

Por que não te arranco do peito

Se fazes sangrar meu coração?

Por que, Amor, se não há mais jeito

Insistes em bagunçar minha razão?

Acordaste tarde! - Dizes-me sem rodeios

E eu, ante a resposta, silencio

Recolho-me na mágoa sem freios.

A angústia provoca gélido arrepio

E a culpa percorre a consciência

Deixando-a à beira da demência.

Cicero - 19-01-20

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 19/01/2020
Código do texto: T6845810
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.