Cerejas no fim de tarde

As tulipas vermelhas permanecem

Num encantado desabrochar

Nas telas de Monet -

Vasos e moinhos de vento...

Cores em distantes pinceladas

Inspiram meu fim de tarde,

Admiro

As cerejas doces e envolvidas

No licor de Marrasquino

Ainda, na taça de cristal

Insinuam-se em reflexos -

Fazem-me companhia

E nessa despedida do dia

Em cores lindas num, quase, silêncio

A noite chega devagarzinho,

E o adocicado aroma

Das cerejas, aos poucos

Desaparece entre meus lábios –

Nessas sensações de aconchego

Sinto tua presença

Um presente da chuva

Que começa a cair...