O Ciúme

Sinto você tão perto,

Mas de longe, posso ver

Dentro de seu olhar,

Alguma coisa está a esconder,

Sei que esconde alguma coisa,

O que queres me dizer?

Eu posso ver em teus olhos,

Que é grande o teu sofrer.

O que vai acontecer?

O amor não sobrevive sem confiança.

Soturno eu estou,

Você me acordou,

Quando a vela que tomou,

Meu peito flamejou.

Por que não escutou?

Por que me ignorou?

Tudo se acabou,

O desejo se passou,

O amor não sobrevive sem confiança.

Vejo em ti, meu esposo!

O monstro em que se tornou.

O ódio em teu olhar,

Em ti me revelou.

Se dizes que me amas,

Por que não me acreditou?

O amor não sobrevive sem confiança.

Volte, meu amado!

Por que foi que me deixou?

Por que é que me escolheu,

Se em mim se contristou?

Como posso existir,

Se sem ti nada restou?

O amor não sobrevive sem confiança.

Não me deixes meu amado!

Que será de mim sem ti?

Nem estive ao seu lado,

E nem senti você aqui.

Meu amor não tem sentido,

No banquete não o vi.

O amor não sobrevive sem confiança.

Foi meu sonho, minha esposa,

Desde a primeira vez,

A mais quieta das irmãs,

Foi você de todas três.

Por que me traíste tu?

Se em ti eu confiei?

O amor não sobrevive sem confiança.

Seus olhos têm a cor,

Do verde doce dos rios,

Tremo diante de ti,

Na tua presença hostil,

Meu amado, não se vá!

Não me deixe neste frio!

O amor não sobrevive sem confiança.

Yuri Borges
Enviado por Yuri Borges em 12/12/2019
Código do texto: T6817038
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