VEJO VOCÊ AMANHÃ DE MANHÃ!
conheci as artimanhas das manhãs,
comendo as massas e as maçãs,
em temporadas temporãs,
espiando espigas espiãs,
pagando o pato pras pagãs
rolando nas rodinhas de rolimã,
fazendo afazeres com afã,
sentindo o aroma das romãs,
com pés de galinhas de galã,
nesta vaidosa vaidade vã,
fugindo das tontas e dos tantãs,
dos fantasmas e das fãs,
pisando o chão de terras chãs,
cheirando o horto e as hortelãs,
amando as divas e os divãs,
respeitando o clero e o clã,
entre bandidos e bambambãs,
amando os hermanos e as irmãs,
perseguindo os rastros das rãs,
na ânsia dos tolos e dos titãs,
no peito, um trevo como talismã,
usando uma encardida calça Pierre Cardin,
camisa de linho, casaco de lã,
cheio de brilhos e balangandã,
pra dar um rolê em Roterdã,
pra bem longe da ira do Irã,
brincando de Zorro, Tonto e Tarzan!