Adormecer das horas

O Tempo

Liberta do casulo, a borboleta -

Conduz as peças do jogo de xadrez...

Sinto o Tempo desarmar

A rosa, dos seus espinhos

E, deliberadamente

Pausar o Vento,

Nos campos de girassóis,

Imóveis pétalas

Transformam-se em asas

À espera do Vento,

Enquanto,

No canto da cerca

Dobradas pétalas das margaridas

Breves telas com pontinhos de pólen -

Aquietam-se diante da passagem

Do Tempo

Que cura e liberta,

Brinca de esconde - esconde,

Trincando o coração –

Frágil lágrima de cristal

Como se, um mágico espelho fosse

E sonha com esse

Adormecer das horas

Contidas no beijo

Do teu distante Vento menino...

***

https://www.youtube.com/watch?v=9mIhTO6CQL4

Saudade lapidada - Vanice Zimerman (VideoPoesia IdeiArt)