O Poeta Roga
Tanto queria
O marfim do teu sorriso,
O rubi dos teus lábios,
A pérola azul dos teus olhos!
Tanto queria
O mel dos teus cabelos,
A porcelana rara dos teus seios,
A brisa noturna da tua voz.
Tanto queria
As asas de anjo do teu abraço,
A fogueira desmedida do teu corpo,
Teus gemidos, arrulhos de pomba!
Não queiras perder-me nas geleiras
Onde a ilusão da neve me precipitaria
Num penhasco mortal.
Tenha piedade de quem te roga!
Sou carne, osso, também sou alma.
Somos chuva, recomeço das águas...
José Alberto Lopes
Dez. 2012