Xeque-mate

Eu olho teus olhos

Castanhos, complexos

Mas tudo que vejo

São vagos reflexos

Teu olhar penetrante

Tua alma, mistério

Teu sorriso, uma flor

Em meio ao cemitério

Me abala, me ergue

Faz o que quer de mim

Me instiga, seduz

Mas "não tá muito afim"

Nesse jogo que faz

Sou outra aquisição

Mais um dos bonecos

Em sua vasta coleção

E se não?

E se não for bem assim?

Demonstre alguma coisa

Pois já é tarde pra mim

O tempo está acabando

E os sentimentos, um estrago

Não quero te recordar

Como uma amargura do passado

Por que que você faz assim?

É tão boa pra mim

Mesmo que machuca-me no fim

Acha graça deste arlequim

Me enfeitiça,

Mascara a verdade

Não sei se é enganação

Ou se é a simples verdade

Não sei o que sentir

Agonia em meu peito

Odeio o que faz

Mas me apaixono por teu jeito

Sabe o que sinto

É tua jogada final

Adia o xeque-mate

Por uma finalização colossal

Não me importo de perder

Essa partida não e minha

De que vale ser o rei

Se tu não é minha rainha?

Andrey Bettes
Enviado por Andrey Bettes em 15/10/2019
Código do texto: T6769843
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