Xeque-mate
Eu olho teus olhos
Castanhos, complexos
Mas tudo que vejo
São vagos reflexos
Teu olhar penetrante
Tua alma, mistério
Teu sorriso, uma flor
Em meio ao cemitério
Me abala, me ergue
Faz o que quer de mim
Me instiga, seduz
Mas "não tá muito afim"
Nesse jogo que faz
Sou outra aquisição
Mais um dos bonecos
Em sua vasta coleção
E se não?
E se não for bem assim?
Demonstre alguma coisa
Pois já é tarde pra mim
O tempo está acabando
E os sentimentos, um estrago
Não quero te recordar
Como uma amargura do passado
Por que que você faz assim?
É tão boa pra mim
Mesmo que machuca-me no fim
Acha graça deste arlequim
Me enfeitiça,
Mascara a verdade
Não sei se é enganação
Ou se é a simples verdade
Não sei o que sentir
Agonia em meu peito
Odeio o que faz
Mas me apaixono por teu jeito
Sabe o que sinto
É tua jogada final
Adia o xeque-mate
Por uma finalização colossal
Não me importo de perder
Essa partida não e minha
De que vale ser o rei
Se tu não é minha rainha?