Tristeza absoluta

Ergui à minha volta, uma redoma,

intransponível,

sem frestas, sem janelas, sem portas,

inóspita,

uma prisão sem rotas de fuga,

sem claridade,

tomada pela escuridão doentia

da tristeza absoluta.

Quem sou eu?

Deixei de reconhecer-me quando fiquei só,

quando olhei ao lado

e vislumbrei o vazio dos meus olhos

na tristeza da alma

e no sangrar do coração ferido

pela navalha da morte.

Cansei de chorar por um milagre,

a fé ficou comprometida desde então,

já não sei se acredito,

não busco mais,

a palavra ainda me consola

porque apesar do tempo,

tudo em mim poderá a qualquer momento enlouquecer.

Luis Fernando Poeta
Enviado por Luis Fernando Poeta em 17/09/2019
Código do texto: T6747508
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