Mancha na pele

Quando o silêncio passou por entre todas às portas abertas

e colou em mim como uma mancha na pele,

eu soube, de certo modo,

que nada mais seria como antes.

Estou de prontidão, pois sei que não tardarás,

a solidão aguçou-me cada sentido

depois que feri os meus olhos

e deixei de enxergar

a verdadeira face do amor.

Quisera compreender completamente as razões destas lágrimas,

conhecer o chão deste vazio,

para que possamos ganhar nossas alturas

sem medo de cair na escuridão

que esconde os espinhos doloridos da saudade.

Aproxima-se de mim o véu frio das mãos entediadas do desamor,

arrepio-me; desencorajo-me; desisto da luta,

o poder da morte é como o aço que fere,

como o trovão que amedronta,

como mar revolto que naufraga.

Luis Fernando Poeta
Enviado por Luis Fernando Poeta em 16/09/2019
Código do texto: T6746636
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.