Mancha na pele
Quando o silêncio passou por entre todas às portas abertas
e colou em mim como uma mancha na pele,
eu soube, de certo modo,
que nada mais seria como antes.
Estou de prontidão, pois sei que não tardarás,
a solidão aguçou-me cada sentido
depois que feri os meus olhos
e deixei de enxergar
a verdadeira face do amor.
Quisera compreender completamente as razões destas lágrimas,
conhecer o chão deste vazio,
para que possamos ganhar nossas alturas
sem medo de cair na escuridão
que esconde os espinhos doloridos da saudade.
Aproxima-se de mim o véu frio das mãos entediadas do desamor,
arrepio-me; desencorajo-me; desisto da luta,
o poder da morte é como o aço que fere,
como o trovão que amedronta,
como mar revolto que naufraga.