CRIANÇA DE COLO
no auge da dor, quando me calo
procuro bálsamo no calor de seu colo
e é, então ali, que eu me consolo
e adormeço suave no seu embalo
me escuta, ainda mesmo quando não falo,
sorrindo, perdoa meus crimes sem dolo,
com você, em paz, vai minha alma a tiracolo,
seguindo seus passos, sem nem um abalo.
é minha senhora, sou-lhe eu apenas vassalo,
reparto minha colheita, a semente e o solo,
e com pouco que tenho ao seu lado me regalo.
se está longe, tão sozinho me descontrolo,
perto, é como íngreme subida que escalo
para adormecer em você como criança de colo.