Reencontro

Ahhh...

Aqueles seus olhos medrosos e fugitivos,

imploravam por escuridão

e desviavam de todos os caminhos para

não ter de encontra os meus.

Seu medo tão antigo e armazenado ai dentro,

foi o que te fez de pé naquele momento.

Porque seu estado era tão estático que nem

um terremoto te derrubaria.

E a forma como seus braços não se

estenderam para os meus,

não me fez aborrecer, mas me fizeram

chegar mais perto e te encorajar.

E ouvir sua respiração apressada e medrosa,

me fez querer te dizer que nós já estávamos

perdoados e seguros.

E agora é a hora de aceitar o fim daquele amor.

Se dentro de nossos almas há algo adormecido

e sem vida, nós poderíamos o transformar em

uma história completa.

A história sobre como sobrevivemos à solidão

e ao desapego.

E essa dança descompassada que seguimos,

nos ensina que amores como o nosso

farão parte, algum dia, de livros velhos

que contam histórias raras.

Sobre a dor e a lição que ela passa.

Maria Clara Bernardes
Enviado por Maria Clara Bernardes em 16/08/2019
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