ENTRE OS AMORES DE VIDRO
I
Um sorriso pleno...
Foi-se, levado pelo tempo...
Nas calmas noites de luar;
Perene, sombra que em vulto me envolve;
Tua alma em chamas;
Chamando-me para amar.
II
Estou deserto no prelúdio da melodia;
Meu espírito exalta o saber num só dia;
Quando a canção se encontra na nostalgia;
A saga do caminhar sozinho;
A querer alcançar o fogo abrasador;
No deserto do amor;
Para eu poder alcançar;
Tua imagem sem dor.
III
Aqui, estou a esperar!
Escutando a lirica dos ventos;
Uma valsa vianense...
Um acordeon desafinado;
Sempre a ter tua imagem nua;
Vestido em minha mente;
Com impeto de amar;
Envolvo-me novamente;
E tenho o teu corpo inteiro;
Para amar ardentemente.
IV
Ah! de tantas vidas moradas...
Permaneço a semear;
Cânticos, cantigas esculpidas em pedras;
Numa canção escolhida;
Hoje, universo do teu corpo, viagem...
És para mim o todo em um tudo;
Em todos os sentidos da vida plena;
Lânguido, chamar-te-ei de amor...
Lasso, chamar-me-ás de amado.