AI, QUE SAUDADE
Ai que saudade da aurora da minha vida,
Do meu tempo de infância querida,
Das brincadeiras inocentes, dos folguedos e alegria,
Da ternura, da pureza e do amor que contagia,
Do respeito ao dom maior da natureza
Presentes de Deus, com certeza,
Que nos ensinavam que sim era sim, não era não
E que o resto era fugir do projeto da criação.
Ai que saudade da criança que vivia em meu peito,
Que se transformou neste homem sem jeito,
Aterrorizado e triste com tanta mudança
Que insiste em acabar com a pueril esperança,
De viver a mansidão e a humildade
Conselho de Deus para a humanidade.
Ai que saudade das brincadeiras de rua,
Da primavera, do sol e da lua,
Das badaladas da Ave-Maria,
Chamando a todos para a reza de cada dia.
Com o que comparar o mundo de agora?
Só restaram cinzas do mundo de outrora,
De uma Fenix que insiste em renascer
Trazendo de volta a vida do amanhecer.
Mas enquanto houver alguém com alma de criança,
Estará bem viva a esperança
De ver o mundo sonhado pelo criador
Voltar a ter do céu o explendor.