Valseando com a garoa

Escrito em 19-21/3/2019

Estou chorando a sua chuva

Molhando-me em suas lágrimas

Soprado pelos seus lençóis

Pelos seus lençóis nublados

A brisa fria dessa aurora

Esfria o seu calor terno

A sua silhueta escura

Com seu inexplicável gesto

Com seus movimentos suaves

Cobrindo-me gentilmente

Só vejo seu corpo turvo

Garota, minha garoa

Os carrilhões do crepúsculo

As estações sempre mudam

Mas não podemos ficar longe

Um do outro. Por mais que dito seja

Quero viver da sua tormenta

Sentir seus ósculos lânguidos

Seus beijos molhados pulsantes

Embriagar-me de tuas lágrimas

Você, misteriosa, queima

Na chuva do meu coração

E só de pensar em você

Tá chovendo em outro lugar