*_CARTA EM PAPEL DE SEDA
AZUL-LAVANDA...



Tenho deixado tantas anotações aos vossos olhos.
Um tom entre o azul e o branco tece o limite entre
a beleza dos versos que encanta vossa alma.
As lembranças ainda estão lá, na casa onde morei...
Para serem decifradas...

Já lhes falei que a poesia se confunde com a vida?
O ontem que vês só mudou de roupagem...
Ainda ostento a minha capa espanhola e o bigode
de ponta sedosa.

Deixei minha carta em papel de seda azul-lavanda.
Para vossa alma...
Minhas poesias são mapas e códigos.
“Os fios de nossa vida têm um ponto de partida e um
ponto de chegada...
Atravessamos dimensões tantas que nos perdemos
no tempo e no espaço...
Buscamos alguém na vastidão, e temos em nós a ânsia
de nos encontrarmos em sonhos ou em realidade...
Alguém que conosco esteve mesmo breves momentos...
Saciarmos a sede de nossas almas, unindo-nos.
Falando no silêncio de nossos corações, expondo
os mistérios de nossas vidas...
Nos entregando a alguém que nos poupe a tristeza
do abandono...
Quero ser a luz do sol para que não te percas nas
sombras...tirar as nuvens negras de tua noite, para
que as estrelas cintilem para o teu repousar...
Saber que a brisa perfumada e refrescante venha
roçar em teu rosto, atenuando o calor...
Quero te embalar nas mais doces melodias e ouvir
você me chamar...
És o fio de vida que se estende com muita luz...

És recordações...és saudades...és sonho...
Sou o papel de seda azul-lavanda escrito para ti...”