Bolero torto

Bolero torto...

Do que se muito pedi foram as mazelas

A cicatriz no peito..o cansaço do eito..

Pedi teu peso.. teu indefeso..me lembro

Me lembro do perfume da montanha

E do teu cabelo ao vento...

Teu olhar de bandeirante

Ignaro, ignorante..caladinha rezei e pedi

Tua face prateada, e a mão espalmada

Toda a terra se quedava

Nem o sol se anunciava...

O tempo era obscuro..para nada se prestava..

Nem vinha nem era..nem precisava...

Tua cabeça de neve

Onde mais em mim se atreve..

O vestir de capataz

E o sorriso de tanto faz...

Era um grande sonhar

As coisas que sou capaz

E..desde então..

Fez-se meu e sem razão...

Ouço...ainda ouço esse bolero torto..

Em alma de perdição...

Dorothy Carvalho.

Gyn/Goiás,

Dorothy Carvalho
Enviado por Dorothy Carvalho em 15/02/2019
Reeditado em 24/05/2021
Código do texto: T6576001
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