Bolero torto
Bolero torto...
Do que se muito pedi foram as mazelas
A cicatriz no peito..o cansaço do eito..
Pedi teu peso.. teu indefeso..me lembro
Me lembro do perfume da montanha
E do teu cabelo ao vento...
Teu olhar de bandeirante
Ignaro, ignorante..caladinha rezei e pedi
Tua face prateada, e a mão espalmada
Toda a terra se quedava
Nem o sol se anunciava...
O tempo era obscuro..para nada se prestava..
Nem vinha nem era..nem precisava...
Tua cabeça de neve
Onde mais em mim se atreve..
O vestir de capataz
E o sorriso de tanto faz...
Era um grande sonhar
As coisas que sou capaz
E..desde então..
Fez-se meu e sem razão...
Ouço...ainda ouço esse bolero torto..
Em alma de perdição...
Dorothy Carvalho.
Gyn/Goiás,