CORAÇÕES OPOSTOS

Eu quis delimitar o meu amor sonhando vê-lo similar em teu querer

Que o meu sofrer tivesse cargas divididas, talvez regado em teu olhar

Sonhei te ver me visitar igual o meu pensar que não consegue te esquecer

Eu quis te oferecer na mesma proporção em que propus me entregar!

Eu delirei nessa viagem de enlouquecer o teu olhar sereno

E mesmo sendo tão pequeno, deliberei me iludir por frágil dimensão

Sem nunca ser tua canção, sem conquistar o teu singelo aceno

Te olhando e não me vendo nas cenas que atravesso em contramão!

Gritando que te amo e em meu soluço solitário a nada ouvir

Bebendo d'água pura nesse lindo teu sorrir, porém aqui chorando

Migalhas tuas implorando, em ti chegando, porém de mim te ver sair

Desesperado por te possuir, e vendo teu querer jamais me procurando!

E não é culpa do destino, sequer permito eu te censurar

O que te negas a falar não pode carregar o peso de um sol indiferente

Que eu busco diariamente, que eu sei que devo e não posso cobrar

No exílio do eterno amar um coração que não me busca e nem me sente!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/02/2019
Reeditado em 12/04/2022
Código do texto: T6565754
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