CORAÇÕES OPOSTOS
Eu quis delimitar o meu amor sonhando vê-lo similar em teu querer
Que o meu sofrer tivesse cargas divididas, talvez regado em teu olhar
Sonhei te ver me visitar igual o meu pensar que não consegue te esquecer
Eu quis te oferecer na mesma proporção em que propus me entregar!
Eu delirei nessa viagem de enlouquecer o teu olhar sereno
E mesmo sendo tão pequeno, deliberei me iludir por frágil dimensão
Sem nunca ser tua canção, sem conquistar o teu singelo aceno
Te olhando e não me vendo nas cenas que atravesso em contramão!
Gritando que te amo e em meu soluço solitário a nada ouvir
Bebendo d'água pura nesse lindo teu sorrir, porém aqui chorando
Migalhas tuas implorando, em ti chegando, porém de mim te ver sair
Desesperado por te possuir, e vendo teu querer jamais me procurando!
E não é culpa do destino, sequer permito eu te censurar
O que te negas a falar não pode carregar o peso de um sol indiferente
Que eu busco diariamente, que eu sei que devo e não posso cobrar
No exílio do eterno amar um coração que não me busca e nem me sente!