ESFINGE DO AMOR

Quem é você?

De um amor platônico quase impossível

De uma dor abafada no escuro

De uma ideia presa na gaveta

Dentro de um coração calado e doente

Quem é você?

Que pisa com salto alto

Meu peito já tão dolorido de amar

Amar mais do que suporto

Amor assassinado antes de nascer

Antes de se libertar dos grilhões e das clausuras

Amor não correspondido

Escravo de um desejo castrado

Como um eunuco

Quem é você?

Tão frágil, tão forte, tão fértil, tão ficta

Que destrói impérios com seu sorriso

De criança vulcânica

Esfinge de beijos que nunca existiram

Catedral de pecados venais e capitais

Santa e Pecadora

Mulher e Criança

Anjo e Perdição

O começo do meu fim

Bálsamo de minhas feridas

E ferida do meu coração

Tão pisoteado por sua indiferença

Eu, poeta sensível e titânico,

Sofro a poesia do mundo inteiro

Como um condenado a prisão perpétua

Do seu espelho quebrado

Um amor que só foi meu

Nós, poetas, nos apaixonamos perdidamente

E morremos de amor a cada hora

Então, que cada morte de amor

Seja uma flor para você

Meu amor

Te amo calado e triste

como um poeta sem poesia...

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 23/01/2019
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