Entre Marias, Maria!

Meus olhos diante dos teus.

Estás tão longe que te vejo imensa

sem poder ter-te plenamente.

Tudo mudará!

Confesso diariamente ao meu silêncio,

a força do meu amor.

Dói não te ter beijada,

consumida por meus sentimentos,

abraçada pela força desse nosso amor.

Sofres à minha porta.

Ouço teus gemidos medrosos.

Tenho a maior vontade de te arrancar dos braços alheios

e trazer-te para os meus.

Perdoe-me não poder fazê-lo,

não por medo, mas por cuidadosa decisão,

desolada espera deste apaixonado.

Quero beijar-te atrás da porta como da última vez,

que não o fiz...,

apenas senti na alma a imensa vontade

Ir-se sem palavras que justificasse sofrer ainda mais.

Vem para mim.

És minha. Sou teu.

Nada nem ninguém nos separará,

do beijo ao coito,

mesmo que nos demore esse louco alvoroço

de não podermos, sequer, nos abraçarmos.

Enxergo o primeiro ainda muito longe.

Está entre as estrelas.

Tu entre elas,

eu a teus pés clamando por teu amor.

Vem, antes que ele te devore e vá,

Leve tua alma roubada da minha.

Coragem.

Pode ser que o nosso amanhã só exista hoje

e não possamos amar indefinidamente

como dois adolescentes que perderam o mar

e, amar, já não podem livremente.