E agora?


Mandaram-me fazer poesia ou poema
Que não tivesse a mania da rima
Da canção com oração, miolo com bolo
Anzol com paiol; fizesse apenas
Frases bonitas mesmo no agito do coração.

Que não falasse de mar, nem do luar do sertão.
Fosse direto à ferida; e para o amor
Encontrasse salvação, não evocasse o Santo Nome em vão.
Saísse pela cancela ao invés de arrombar a porta
Porque o que importa é o modo de solucionar...

Para nada rimar, mas como pode um poeta brigar
Com a rima, palavra que ele nina, no café da manhã,
No almoço, no jantar e na hora de dormir?

Poeta é louco, mas tem um pouco de discernimento
Do cotidiano, amando ou desamando.
Torna-se um cara normal; ano novo e carnaval.
Tudo rima implicitamente no intencional.

Poeta não se aquieta, interpreta, canta...
Desencanta... Nem sempre a canção esta perdida
Com fé tudo acontece, a prece é virtuosa.
Amor é paz e a verdade está dentro de cada um de nós.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 20/12/2018
Reeditado em 20/12/2018
Código do texto: T6531808
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