Amante metafísica

Escrito em 17-20-21/9/2018

Nuvens escuras no céu

De casaco eu contra o frio

Belo é o rosto seu e

Me sinto vazio

Então como penso em ti

Sendo que não existes

Mas sem sequer existir

Penso em nós não tristes?

E será que eu mesmo existo?

Sou como um qualquer

As minhas roupas eu visto

Não amam-me sequer

De fato devo existir

'stou frio como inverno

Estou aqui com algum mártir

E não serei eterno

Pois agora sem mais eu,

Falarei de ti

Precioso camafeu

Que nunca perdi

Nunca porque não é real

Se fosses não iria

Também, pois eu sou leal

À minha alegria

Queria saber onde estás

Se é que isso é possível

De olhos fechados vejo-a, mas

Sei que és invisível

Me encanto com o irreal

E este me é afável

És aurora boreal

Inacreditável

Se não estás em meio aos meus brços

Quero te encontrar

Tivéssemos fortes laços

Queria ser seu par

O pólen que de ti exala

Finaliza o inverno

Teu perfume vem a mim

Em toque tão terno

Amante metafísica,

Eu pergunto a ti:

Podes tua áurea física

Buscar-me que parti?

Mesmo sendo desprezível

Tentar entender

Desejar é plausível

Pois em ti é bom crer

Se és as estrelas no céu

Bem que posso ver-te

Se não me enxergas do breu

Por favor me alerte

Sim, estou acordado

E também sozinho

Sinto-me infeliz, bocado

De ti estou a caminho

É uma virtude pensar

Ter seus devaneios

Ó manifesto de um ser tão ímpar

Nunca passageiro

E quando eu ao meio da noite

Tão profundo e só

Que meu espírito se afoite

No cósmico nó

Cabelos de uma Via-láctea

Meus olhos sedentos

Em teorias, não falácia

És meu anti-tormento

Não, não és alucinação

Muito menos sonho

És notas de uma canção

Poesia suponho

És a entropia de minha ordem

Não temo-te assim

Se juntos vamos além

Não teremos fim

Sempre está em cada momento

Me deixas surpreso:

Vives de meus pensamentos

E a eles estou preso