Nem Um Milhão de Sóis Ofuscará o Teu Brilho

Escrito em 4-5-10-13/8/2018

I-

Quando à noite o céu brilha

E nós pequenos entrevemos o infinito

Lentamente tudo acontece

E em algum lugar cai um meteorito

No interminável e bonito

São as estrelas tão imponentes

Embelezam as noites que assistimos

Nossos olhos que se entrelaçam

Despertam o infinito que sentimos

O infinito do sideral abismo

Infinito é o amor, brilha como o Sol

Cósmico, seu poder nos orbita

Abaixo da noite ele está

Os corpos ele levita

Rege-nos a eminência infinita

Dentro da escarlate nebulosa

Viajam os amores por entre

Descendo ao caleidoscópico córrego

À tudo, essa confusão fica em frente

Incendiando corpo e mente da pobre gente

Caindo em círculos, sem aterrissar

Zelamos sua ferocidade em nossos olhos

Num outro sentimos destrutiva afeição

Por palavras que crescem como galhos

Em sangue e lábios tão vermelhos

II-

Mas,mesmo com o universo nos olhares

Um espetáculo infinito, enorme aurora

Onde florescem cores e energia

Trilham corpos e equilíbrio de sobra

O tempo que queremos lá não importe, embora

A este nós hemos de salvar e aproveitar

Como criaturas efêmeras e bastardas

Rumando a terra, sem rumo, á beira da morte

Esperamos por ela, sombra que tarda

E cairemos sempre de mãos apertadas

E em olhos infinitos como os que me observa

Raios mais brilhantes que sóis prendem-me

A atenção no mais áureo e belo

Lágrimas, lágrimas de meus olhos caem

Por ver furiosa calidez que nada retém

Calcinante, és a prisão que invadi

Já não me preocupo se meu corpo arde

E não me importo com a dor que desatina

Nesse horizonte sublime me vem a verdade:

Perto de ti até o cosmos é um covarde

III-

E mesmo que eu trilhe por todo o universo

Avante às grandes tempestades cromáticas

Em vales de sombras e falsos risos

Ou paredões de luz sem função sintática

E descobrindo a matemática

Jamais descobriria tal companhia

Tal ser que me constituísse uma epifania

Que me convida e incita em seu próprio conforto

Ao suave toque uma entorpecente alegria

Sem dor ou temor, só afável fantasia

E quando eu solitário estiver entre os vermes

Não me lembrarei talvez sobre o que passei

Nem da formosura ou de teu semblante belos

Mas enquanto vivos sabes que poetei:

Nosso amor é imortal como esse verso, eu sei