você vai pro céu se der o último cigarro do maço
em uma conversa ela disse não ser ciumenta
e abominava este sentimento.
carregávamos a posse um do outro,
de mãos dadas pela rua
ou trocando olhares quando sentávamos à mesa do bar.
não iria durar muito, do jeito que a verdade
acontece.
vemos isso se perdendo ao decorrer do caminho
até o sangue cuspido parecer inofensivo.
a trincheira cavada em nosso peito se expande
sem percebermos.
pode ser tarde demais,
e nunca será a última vez.
tive que jogar os lençóis fora,
não porque estavam manchados.
mas eu me lembrava das tardes
que passamos
e das noites
que poderiam ter acontecido.
à noite, as conversas me abraçam
e continuo a ir aos mesmos lugares
com as mesmas bebidas e as mesmas
pessoas.
como um bêbado que às onze da manhã tropeça
carregando uma sacola de pão,
ou as flores que fogem das árvores
caindo para o chão podre
mostrando a nós
o preço que se paga por um momento de liberdade.
em uma conversa ela disse não ser ciumenta
e abominava este sentimento.
carregávamos a posse um do outro,
de mãos dadas pela rua
ou trocando olhares quando sentávamos à mesa do bar.
não iria durar muito, do jeito que a verdade
acontece.
vemos isso se perdendo ao decorrer do caminho
até o sangue cuspido parecer inofensivo.
a trincheira cavada em nosso peito se expande
sem percebermos.
pode ser tarde demais,
e nunca será a última vez.
tive que jogar os lençóis fora,
não porque estavam manchados.
mas eu me lembrava das tardes
que passamos
e das noites
que poderiam ter acontecido.
à noite, as conversas me abraçam
e continuo a ir aos mesmos lugares
com as mesmas bebidas e as mesmas
pessoas.
como um bêbado que às onze da manhã tropeça
carregando uma sacola de pão,
ou as flores que fogem das árvores
caindo para o chão podre
mostrando a nós
o preço que se paga por um momento de liberdade.