A incerteza em poesia

Trago um poema farto de incertezas

Ressoando farpado e monótono canto

Cujas letras, isentas de qualquer leveza

...Soam atravessadas, sem o menor encanto

Trago idéias em frases curtas, resumidas

Seguimento vão, que coisa alguma traduz

Emoções sangram, embargadas, sentidas

Sob a casca tênue de um verso que não seduz

Frases derribadas nos barrancos do soneto

Reverberando os ais que da alma transborda

Esquecidas em meio a um e outro terceto

Entre tantas rimas, que a poesia não acorda

Talvez amanhã, as palavras que não escrevi

Revelem a verdade, daquelas que não proferi.

Maria Tecina

Lisboa, 17 de novembro de 2018

Maria Tecina
Enviado por Maria Tecina em 17/11/2018
Reeditado em 24/02/2019
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