VOCÊ É O MEU POEMA DE AMOR.

Nenhum dicionário vai conseguir te descrever pelo significado das palavras que eu ora ortografo, nenhum paragrafo vai determinar o que eu quero desenvolver, nenhuma pedra será lançada para estabelecer uma razão, nenhuma oração será feita sem que se possa compreender, nem a minha mão será amarrada sem uma explicação.

Esse é o tudo do pouco que ainda me resta, essa fresta que o tempo nos empresta, por uma questão de liberdade, pela vontade de crer no que não pode ter densidade. Assim como é gratificante a força magica produzida por um olhar esbraseante, combinado ao vigor transparente da segurança de um abraço, esse nosso espaço recuperado pela vigilante razão, é como pinçar cores nas flores ainda em botão, que vai florescer em meio a um chão em pura pedraria, uma analogia feita para te descrever em uma só tradução. O nosso mundo se molda em meio à guerra e a paz, e nos faz cavar trincheiras de oposição, minorar as cicatrizes do sentimento, ver através das paredes do pensamento, em aditamento à luz da predição.

Eu quero te esboçar em uma tela sem muita pressa de acabar, e usar uma tinta especial para te identificar, uma folha de papel como argamassa, essa que te realça nessa aquarela, como se eu usasse a tinta da minha veia, ou pó de silício e areia, e acender uma candeia para não te ofuscar. Quero se possível escrever usando uma teia, te embalar onde o mar não ondeia, e desfazer uma cicatriz conforme a causa e o dilema, para te usar como tema, em um apenso a esse meu poema. E em qualquer lugar que estivermos pousando, o nosso Amor vai aumentando de intensidade, pela vontade de continuarmos nos alimentando dessa tal felicidade, que pela fluidez do nosso sentimento, vai chegar um momento, em que nos tornaremos unicolor, a decompor cada pedaço, desse espaço que é o maior pedaço, do laço que une o nosso Amor.

Marcus Paes
Enviado por Marcus Paes em 26/07/2018
Código do texto: T6400507
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