AMARRAS

encontrou seu coração

preso ao sofrimento

tentou desvencilhar

as amarras

mas eram

muito resistentes

sentou-se

à beira de si mesma

e chorou

como criança sem mãe

e esse choro tão sentido

foi molhando

aquelas cordas

que vagarosamente

foram cedendo

rompendo

desvencilhando

aquele corpo rubro

que, ainda pulsante,

sentiu pela primeira vez

o gosto de ser livre

e poder amar novamente.

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 28/06/2018
Código do texto: T6375992
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