Escuro

Hoje eu briguei com o sol poente,

Disse a ele que não adianta,

Por mais que se exiba, por mais belo que pareça,

Ele não me inspira, versos de amor jamais farei,

Então a ele assim eu pedi,

Esqueça se um dia amei alguém.

Ele insistiu por algum tempo,

Mas vendo a minha resistência,

No horizonte se foi,

Então vieram as estrelas,

Aos milhares me assediando,

Por instantes fraquejei, mas, firme eu continuei.

Elas bailavam a minha frente,

E a lua convidaram também,

A brisa suave a elas se juntou,

E o som do carro a nossa música então tocou,

Nessa hora lágrimas saltaram dos meus olhos,

E a beira do caminho eu estacionei.

Coincidência do destino,

Próximo a uma árvore foi onde eu parei,

Foi sob a sua sombra em um fim de tarde,

Embalados pelo canto dos pássaros,

Com o sol poente sorrindo e as estrelas nos aplaudindo,

O mais lindo e puro amor ao universo foi eclodindo.

Agora aqui estou,

Lamentar é o que me resta,

Os versos já não me interessam,

Nem os pássaros com sua orquestra,

No céu eu não vejo graça, o meu mundo acabou,

E tudo a minha volta o escuro dominou.

Samu Franco
Enviado por Samu Franco em 20/03/2018
Código do texto: T6285125
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