Escuro
Hoje eu briguei com o sol poente,
Disse a ele que não adianta,
Por mais que se exiba, por mais belo que pareça,
Ele não me inspira, versos de amor jamais farei,
Então a ele assim eu pedi,
Esqueça se um dia amei alguém.
Ele insistiu por algum tempo,
Mas vendo a minha resistência,
No horizonte se foi,
Então vieram as estrelas,
Aos milhares me assediando,
Por instantes fraquejei, mas, firme eu continuei.
Elas bailavam a minha frente,
E a lua convidaram também,
A brisa suave a elas se juntou,
E o som do carro a nossa música então tocou,
Nessa hora lágrimas saltaram dos meus olhos,
E a beira do caminho eu estacionei.
Coincidência do destino,
Próximo a uma árvore foi onde eu parei,
Foi sob a sua sombra em um fim de tarde,
Embalados pelo canto dos pássaros,
Com o sol poente sorrindo e as estrelas nos aplaudindo,
O mais lindo e puro amor ao universo foi eclodindo.
Agora aqui estou,
Lamentar é o que me resta,
Os versos já não me interessam,
Nem os pássaros com sua orquestra,
No céu eu não vejo graça, o meu mundo acabou,
E tudo a minha volta o escuro dominou.