Simbiose
quando você penteava
o cabelo das suas bonecas
eu limpava o suor da testa
de correr tanto no quintal
mais pra frente
quando eu nem me achava gente
desperdiçava as folgas
do outro lado da cidade
você quieta no seu quarto
devorando livros, nem queria liberdade
tentativas de aceitação
interagindo com gente
que não era gente
que só vencia
que sempre ria
a mentira tem uma validade
tem data e hora
quando decidir
aceitar as cadeiras vazias
sem mentiras
encontrara
jogando a moeda pra cima
na ultima tentativa
de se entregar
de corpo e alma
numa simbiose
de avalanches
de impulsos
onde dois individuos
são mais que o sexo
são mais que o corpo
mais que o bolso
são isso tudo
mas são amigos
denovo
a hora e o local
numa esquina
do caminho que sempre fiz
da viela que você inovou
dois pontos na contramão
sozinhos no anonimato
do fracasso
olharam olho a olho
e decidiram
dar uma chance ao coração.