MUSA
(Sócrates Di Lima)
Quisera eu ter uma musa,
Para inspirar minhas canções,
Longe de algumas poesias confusas,
Que machucam o meu coração.
Quisera eu ter uma Musa,
Como tantos poetas as tem,
Mas a solidão é intrusa,
Que acaba me deixando sem ninguem.
Iria dedicar-lhe uma estrela,
Desenha-las em meus pergaminhos,
Mas, como te-la,
Se vazio está o meu ninho.
Iria dar-lhe a Lua,
O meu melhor sorriso,.
A minha alma nua,
O eu único paraiso.
O Sol dar-lhe, eu queria!..
Para aquecer o seu coração,
A luz dos meus olhos noite e dia,
Mostrando-lhe a minha direção.
Ah! Como eu la teria como única,
Amor e ternura como um roseiral,
O seu corpo seria minha túnica,
Não haveria amor outro, igual.
Da-lhe-ia, minhas loucuras,
Minhas pegadas de amor...
Ser-lhe-ia sem frescuras,
Seu melhor trovador.
Ah! Falta-me por ora uma outra vida,
Para somar duas vidas em meu viver,
Seria então, sem ida e sem partida,
A eterna musa do meu renascer.
Que fosse a mulher das minhas vontades,
Que mantivesse meu corpo sempre em chamas,
Que fosse uma dócil dama na sociedade,
E minha única prostituta na minha cama.