Na casa da poesia
Era tarde de esplendor
Deixavam-nos entender os arrebóis
Sobre o mar de antanho
Cascatas no grotão
Mata Atlântica do cantador
Da juriti madrugadora
Do bem-te-vi de coroa
E do pavão misterioso.
Embarcações abandonadas
Mar sem vida
Tarde preferida na visão do sábio
Carente de amor
Afago e consolação para aplacar sua dor.
As garças iam e vinham, andavam
Nas margens da praia,
E na cadência do samba
A canção se fez sublime paixão
Entre barcos abandonados
Cantava um homem qualquer.
“Marinheiro só: “
Eu não sou daqui
Eu não tenho amor
Eu sou da Bahia
De São Salvador!
Marinheiro só...”
E cantando ele se foi ...
A solidão se aproximou
E diante do mar sem vida eu fiquei tão só.