mar de scraps
assim não dá, pra ser amiga
de um cara que nem aparece,
de alguém que, ao sofrer, não mostra
sua cara, sua alma e sua sina.
quem você pensa que é?
um Maomé, Cristo ou coisa assim?
se sofres, e acorrentado estás,
não me envias um pombo-correio,
nada, nem notícias de como está.
ah, cara, assim não dá. chega!
onde estás, que não te encontro?
neste mar de escritos no orkut,
onde anda teu coração?
amarrado à uma cama?
quero-te inteiro, livre de grilhões,
coração limpo, paz na alma.
você é o meu poeta, sim:
aquele que consagrei amigo,
de alma e de coração.
por onde andas, meu querido
ídolo e muso das minhas inspirações?
não me venhas com desculpas.
não aceito rebeldia, muito menos
uma fuga. quero-te inteiro, pronto
brigando, aos sete ventos,
por qualquer revolução
ou, quem sabe, alí, inquieto
em tua cadeira, no pc.
quero-te com tuas dores.
não me importa como venhas:
o que interessa é que estejas
rindo de mim agora!
Vera Sarres 12/08/2007