Enigma entre o Pecado e o Amor

Sei agora como nasceu a saudade dos poetas,

sei como nasce o vento entre barcos de papel

rodopiantes golfadas de inocência adolescente

de uma lágrima ambígua e cristalina do adeus.

Como um ruido surdo à roda do corpo tatuando

de sílabas espessas em beijos acumulados nunca

sentidos além do conto dos pássaros na poesia.

De súpito escuto os gritos das estrofes desarrumadas,

um grito apertado entre dentes! Incompreensível!

Galopadora vontade de consumir a destreza do horizonte

onde o mar te oculta sem som e sem palavras.

Falei-te de tudo quanto amo para que ames comigo!

A poesia… o vento e as areias quentes…a lua…nua.

Amarei-te mesmo que o vento frio me corte os lábios.

Arrancarei a raiz a mais diminuta das vontades.

Inundar-te-ei de lanças de saliva esperma…fogo!

Cercarei de agulhas lambidas as bocas vulnerável

depois de marcar teus flancos o itinerário da loucura.

Assim te oferecendo amor imortal e navegável.

Febo
Enviado por Febo em 21/12/2017
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