Enigma entre o Pecado e o Amor
Sei agora como nasceu a saudade dos poetas,
sei como nasce o vento entre barcos de papel
rodopiantes golfadas de inocência adolescente
de uma lágrima ambígua e cristalina do adeus.
Como um ruido surdo à roda do corpo tatuando
de sílabas espessas em beijos acumulados nunca
sentidos além do conto dos pássaros na poesia.
De súpito escuto os gritos das estrofes desarrumadas,
um grito apertado entre dentes! Incompreensível!
Galopadora vontade de consumir a destreza do horizonte
onde o mar te oculta sem som e sem palavras.
Falei-te de tudo quanto amo para que ames comigo!
A poesia… o vento e as areias quentes…a lua…nua.
Amarei-te mesmo que o vento frio me corte os lábios.
Arrancarei a raiz a mais diminuta das vontades.
Inundar-te-ei de lanças de saliva esperma…fogo!
Cercarei de agulhas lambidas as bocas vulnerável
depois de marcar teus flancos o itinerário da loucura.
Assim te oferecendo amor imortal e navegável.