PELO GOSTOSO TÔ AQUI

Vou falar de amores outros

distantes daqueles que você dá abrigo

dá perdão.

Aqueles amores sem recheio, sem rima,

sem bengala pra apoiar.

Amores multicheirosos, plenos de vãos,

inundados de unguentos estranhos.

Amores arredios, meio capachos,

um tanto aciganados por certo.

Daqueles que vêm dos cachos da noite,

dos tombos encardidos do medo,

das ancas aglutinadas da fé.

Amores sem gosma, sem fardo,

sem fato.

Meus amores que trago engalfinhados

nas querelas do quero-mais,

nos pedaços soltos da minha cabeça maluca.

Amores acobertados pela volta, pelo aflito

adeus, pelo gostoso tô aqui.

Amores de amora,que trago nos suor

meticuloso deste samurai sem casca,

sem ferrolho, sem desmandos.

Amores dissecados pelos pesares soturnos

de uma querela vã,

assoberbada nas crostas atarracadas

de Deus.

Meus amores de folião farsante,

esquecido na beira da minha morte,

no galope endiabrado que tento entender,

talvez traduzir.

São estes amores que sobreviverão às

catacumbas dos meus guizos bêbados,

como vértebras ninfetas esperando

seu berro alforriado, que nunca virá.

Quem venham todos meus amores,

até aqueles que pouco entendem do gosto puído

da dor.

Até aqueles que, desarmados, levarei como bojo querido

até meus dias se chegarem fartos de toda esta folia.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 12/11/2017
Código do texto: T6169846
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