VOCÊ A VIU?
VOCÊ A VIU?
Você a viu? Ela acabou de passar por aqui.
Estava com um vestido rosa,
Os cabelos castanhos soltos ao vento,
E seu sorriso era franco e meigo.
Não a viu mesmo?
Desculpe se eu insisto,
Mas é que ela é alguém de quem não se esquece.
Tem um andar cadenciado,
Passos curtos e ligeiros,
Quando anda joga os cabelos para trás
E seus braços tem movimentos graciosos e elegantes.
Não viu alguém assim?
Puxe pela memória.
Por mais distraído que você estivesse,
Não passaria despercebido o seu perfume.
Não me pergunte qual era.
Acho que era o cheiro de sua pele,
Tão natural, sedutor... era mágico.
Ela estava sempre cantando.
Você não ouviu?
Se ela passou cantando,
Certamente você ouviu,
Pois sua voz era mais graciosa que a do rouxinol
Mais meiga que a da cotovia,
Mais radiante que a do sabiá.
E os seus olhos... deles talvez se lembre.
Eram castanhos escuros e amendoados.
E tinham um brilho que ofuscava.
Não a viu mesmo?
Desculpe-me se o importuno.
È que se eu não mais a ver,
Não ouvir sua voz,
Não sentir seu cheiro,
Se não mais acariciar seus cabelos,
Se perder seus carinhos,
Minha vida não terá mais sentido.
Mas se você vier a encontrar alguém assim,
Por favor, diga a ela que volte para mim,
Que eu estarei sempre esperando,
Que estarei sempre, em todo lugar,
Procurando por ela.
Mas se você não a encontrar,
Se ninguém mais a vir,
Se não a reconhecerem por esta discrição,
Provavelmente é porque eu a vejo
Com os olhos de um coração apaixonado.
Certamente você não a viu.
Vou continuar minha busca aflita,
Até que eu a veja,
Ou até que meus olhos se fechem, para sempre