VELHAS QUIMERAS

quem me dera, oh Deus,

fosse eu

apenas sua sombra,

sombra de seu corpo,

dos seus passos pela casa,

pássaro sem asa

flutuando pelos cômodos!

quem me dera, oh Deus,

fosse eu,

sua alegria, seu sol,

entre panos amassados, seu lençol,

sua bala de hortelã,

seu primeiro beijo, logo de manhã!

quem me dera, quem me dera,

fosse eu sua primavera,

seu jardim colorido na estação,

mas não passo de velhas quimeras,

um poeta sozinho

no meio da multidão!

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 28/08/2017
Código do texto: T6097144
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