Talvez
Talvez devesse
Eu me apaixonar mais pela poesia,
Não pelo motivo.
Pela rima,
Não pelo sentimento
Pela alegria,
Não pelo ardor
Talvez devesse
Eu querer mais a mim
Que as minhas vontades,
Esse instante,
Não um futuro amoroso,
A água que bebo agora,
Não o jantar romântico
À noitinha
Talvez devesse
Ser uma pintura desse momento,
De modo a não mudar mais nada
No meu semblante,
Tão eu, tão meu
Talvez eu devesse
Engolir o choro,
Rir comigo mesma dessa tristeza,
Olhar a paisagem exuberante
Que me acena
Logo adiante, e me
Sentir parte dela, plena.
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