AMANTES
AMANTES
Com as mãos cheias de nada
No útero do desespero
Maçãs
Embrulhadas em nudez
Se lambuzam e fazem amor
São amantes
Exilados
À rasgarem verbos
Apunhalando teorias
E deleitam-se
Com o ‘cio’
Sorriem, riem, gargalham e partem
Nas asas de um condor
Com as mãos cheias de nada
E o peito a transbordante
De Amor
(Orides Siqueira)