DISTRAÍDO

DISTRAÍDO

Que faço eu,
se não quero te perder (!)
mas tampouco te dou o tempo do livramento.
É que a permissão guarda em mim os anseios do medo. 

E eu, inesperado, 
tenho-te guardada ao meu lado,
tal como um livro de poesia,
na cabeceira,
fechado,
à espera de ser aberto,
folheado,
apto à ser lido...

Ah, o amor...
Pra isso sou meio que inapto, 
distraído.

Como tal, dúvidas me põe em colóquio de frente,
e o perjúrio mata a minha emoção.
Nessas coisas do coração,
não sou diplomado.
Então, pr'ece que deixo tudo fechado, 
até o livro. 

Ah, o amor...
Sempre me bate à porta,
mas como não toca a campainha (não ouço), 
(não há ruídos)
continuo eu, distraído...